Durante muito tempo, achei que o tesão era algo que tinha prazo de validade. Uma coisa que vinha junto com a juventude, com os hormônios a mil, com a novidade do corpo, do outro, da vida. Mas hoje, aos 44, eu sei: o tesão não morre — ele só muda de forma. E se a gente tiver coragem de se ouvir, ele volta. Mais profundo. Mais real. Mais nosso.
Estou casada. Vivo uma rotina intensa, cheia de compromissos, trabalho, decisões, notificações, cobranças internas e externas. Já me vi sem desejo, esgotada, desconectada de mim. Mas também já me vi incendiada — mesmo depois de um dia cansativo, mesmo sem lingerie bonita, mesmo com a pia cheia de louça.
Esse texto não é um manual. É um mergulho íntimo no que venho vivendo: o resgate do meu próprio desejo. O reencontro com minha pele, com meu fogo vital, com meu tesão — que vai muito além do sexo.
💥 Desejo feminino na maturidade: o que ninguém nos contou
A verdade é que ninguém prepara a gente para o que acontece com o corpo depois dos 40. Nem fisicamente, nem emocionalmente. De repente, você começa a sentir que algo mudou — e não sabe se é a idade, o cansaço, os hormônios ou tudo junto. A libido diminui. A vontade some. O corpo reage diferente.
Eu passei um tempo acreditando que era só isso. Que o desejo tinha passado, que era natural, que “agora era outra fase”. Mas a verdade é que, lá no fundo, eu sentia falta. Não do outro. Mas de mim. Da mulher que eu sabia que ainda estava aqui dentro. Do fogo que parecia ter apagado — mas que só estava escondido, abafado pela rotina.
Foi preciso escavar. Escutar. Me permitir.
🧠 Tesão começa na mente (e a nossa anda cheia)
Uma coisa que descobri aos 44 é que o tesão mora na cabeça. Antes de qualquer toque, ele precisa de espaço mental. Mas como sentir desejo quando a mente está sobrecarregada?
Eu estava sempre pensando no que precisava ser feito, resolvido, cuidado. Quando sobrava tempo, sobrava cansaço. E nesse estado, o último pensamento era sobre prazer. Sobre excitação. Sobre conexão.
Foi então que comecei a observar meu próprio corpo com outros olhos. A sair do piloto automático. A me tocar sem pressa. A fazer pausas de presença. Pequenos rituais — tomar banho com atenção, passar hidratante me olhando, deitar na cama e respirar fundo. Parece simples, mas foi assim que comecei a abrir espaço dentro de mim.
🔁 Casamento e rotina: o desejo precisa ser cultivado
Quando a gente está casada há muitos anos, é fácil cair na ideia de que o desejo diminui porque “é assim mesmo”. Mas não. O que o desejo não suporta é a indiferença. A falta de presença. A ausência de toque. A rotina sem olhar.
Não é fácil manter o fogo aceso quando se divide a vida com alguém, quando os assuntos viram boletos, filhos, tarefas, cansaço. Mas também não é impossível. O desejo sobrevive nos detalhes. No toque leve enquanto passamos na cozinha. Na risada dividida depois de um dia difícil. Em mensagens inesperadas. Em palavras sinceras.
Descobri que, pra mim, desejo tem muito a ver com sentir que ainda somos dois — e não só um time funcional. É sobre lembrar que a mulher aqui ainda quer ser olhada, tocada, desejada. Mas, acima de tudo, que ela mesma ainda quer se desejar.
✨ Me sentir sexy de novo foi uma escolha — e uma reconstrução
Por um tempo, parei de me olhar com desejo. Me via prática, eficiente, útil. Mas não sexy. E isso foi corroendo algo dentro de mim.
Comecei a perceber que a reconexão com o meu tesão passava pela forma como eu me olhava. E não tem nada a ver com padrão de beleza. Nada. Foi quando me permiti colocar uma calcinha bonita só pra mim, dançar na frente do espelho, me masturbar sem culpa, experimentar sensações sem pressa. Foi quando vesti um vestido só porque queria me sentir gostosa dentro dele — e não pra agradar ninguém.
Ser sexy, aos 44, tem outro gosto. Não é pra seduzir o outro. É pra seduzir a si mesma.
💋 Sexualidade consciente: menos pressa, mais entrega
Hoje, a forma como eu vivo o sexo mudou. E ainda bem. Antes, era muito sobre corresponder. Sobre ser desejável. Sobre fazer direito. Agora, é sobre estar inteira.
O sexo na maturidade é mais silencioso, mais lento, mais profundo. E não tô falando de ritmo — tô falando de verdade. De conexão. De estar ali com tudo que sou. Não preciso mais me preocupar em parecer sexy. Quero sentir prazer. Quero ser tocada com presença. Quero rir no meio, parar se quiser, chorar se sentir. Quero estar no corpo inteiro — não só no genital.
Tem dias em que é leve, espontâneo, cheio de vontade. Tem dias em que é cansado, mas ainda assim necessário. Tem dias em que nem acontece. E tudo bem. Porque o que existe é espaço. É verdade. É afeto.
💌 Redescobrindo o prazer a sós: o toque como reconexão
Fui criada para acreditar que o prazer vinha do outro. Mas foi me tocando sozinha que reencontrei partes minhas que estavam esquecidas.
Aos 44, me masturbar é um gesto de autocuidado. É como dizer ao meu corpo: “tô aqui, eu te vejo, eu te sinto”. E essa prática mudou tudo. Não é mais sobre “chegar ao orgasmo”. É sobre estar em mim. Descobrir onde gosto de ser tocada hoje. Porque muda. Porque o corpo muda. E porque a forma como eu sinto prazer agora tem mais camadas, mais nuances, mais profundidade.
🧘🏻♀️ Saúde mental, alimentação, movimento: tudo afeta o desejo
Preciso falar sobre isso: quando minha saúde mental não está bem, o desejo some. Quando estou me alimentando mal, dormindo pouco, sedentária, ansiosa — meu corpo não tem energia pra prazer. E não é frescura. É biologia. É emocional. É tudo junto.
Hoje, cuido da minha alimentação não pra emagrecer, mas pra me sentir viva. Faço caminhadas, não pra queimar calorias, mas pra movimentar o corpo que deseja. Tomo sol pra regular meu humor, tomo vitamina D porque descobri que ela afeta sim a libido. E busco silenciar um pouco a mente, seja com respiração, meditação ou música — pra abrir espaço pro sentir.
É um combo. Corpo, mente, energia. Tudo influencia no meu tesão.
🌹 Aos 44, meu tesão é mais meu do que nunca
Ele não depende do outro. Não depende da lingerie, nem da ocasião certa, nem do desejo alheio. Ele mora em mim. E eu o alimento com presença, com toque, com respeito aos meus ciclos.
Aprendi que o desejo não é algo que aparece do nada — é algo que se cultiva. Que se permite. Que se cuida.
E que quando ele volta… ah, ele volta com força. Com maturidade. Com potência. Com verdade.
💭 Um recado para outras mulheres 40+: o desejo não acabou
Se você está lendo isso e se sentindo desconectada do seu corpo, do seu tesão, do seu fogo — respira. Ele não sumiu. Ele pode estar adormecido, abafado pela rotina, escondido atrás do cansaço. Mas ele tá aí. E você pode, aos poucos, ir resgatando esse caminho de volta pra si mesma.
Não existe um jeito certo. Mas existe um ponto de partida: você.
Se dê carinho. Se dê tempo. Se dê desejo.