🐺 Cada um dá o que pode (mesmo que seja quase nada — ou nada mesmo)

Durante muito tempo, eu me perdi tentando entender por que o outro não dava o que eu dava. Por que não amava na mesma medida, não demonstrava, não cuidava. Me doía — até o dia em que eu entendi: cada um só dá o que pode. E às vezes, o que o outro pode dar… é quase nada. Ou nada mesmo.

Essa constatação, que parece simples, virou uma chave dentro de mim. Uma chave que trancou a porta das cobranças emocionais e abriu o caminho para uma paz que, até então, eu nem sabia que era possível.

E não, isso não me tornou fria. Me tornou lúcida. Me tornou loba.

💔 Expectativas quebradas, afetos frustrados

A gente cresce ouvindo que o amor tem que ser recíproco, equilibrado, justo. Mas ninguém ensina como lidar quando ele não é. Quando você se entrega e o outro te dá silêncio. Quando você espera e o outro… simplesmente não vem.

Por muito tempo, achei que o problema era meu: será que estou exigindo demais? Será que sou intensa demais? Será que amo errado?

Mas com a maturidade veio a resposta: não é sobre mim — é sobre o outro.
E sobre o quanto ele é ou não capaz de amar, de se entregar, de cuidar.

👁️Ver o outro como ele é (e não como eu gostaria que fosse)

Essa foi uma das lições mais difíceis da minha vida emocional: aceitar o outro como ele é, sem tentar moldar, consertar ou transformar.

Quantas vezes me frustrei tentando arrancar migalhas de atenção de quem não conseguia me ver? Quantas vezes implorei, em silêncio, por afeto de quem só sabia oferecer ausências?

Quando parei de romantizar as promessas vazias e comecei a observar os gestos, tudo ficou mais claro. E mais leve.

🧘‍♀️ O alívio de parar de insistir

Tem um tipo de paz que só chega quando a gente desiste. Mas não é desistência de quem somos — é desistir de insistir onde não somos bem-vindas.

Hoje eu entendo que cada pessoa dá o que tem. E se não tem o que eu preciso, tudo bem. Não obrigo mais ninguém a me amar, me entender ou me escolher.

Me libertei da ideia de que devo permanecer onde não sou nutrida.

🔥 Me escolho, mesmo quando o outro não me escolhe

Essa é a maior revolução afetiva da minha maturidade: me escolher primeiro. Mesmo quando dói. Mesmo quando eu ainda amo. Mesmo quando a saudade aperta.

Porque se tem algo que aprendi depois dos 40 é que não vale a pena se perder tentando segurar quem não sabe ficar.

Hoje, quando percebo que alguém só consegue me dar migalhas, eu me afasto com carinho. E sigo me oferecendo tudo aquilo que, por tanto tempo, esperei de fora.

💬 E você, loba?

O que você tem esperado de quem só te entrega o mínimo?
Quantas vezes você se desdobrou pra merecer um amor que não veio?
O que mudaria na sua vida se você parasse de tentar consertar os afetos dos outros e começasse a cuidar do seu?

Fica esse convite:
Que a gente aprenda, a cada relação, a reconhecer o que é pouco demais pra gente — e a não aceitar menos do que merecemos.

Porque sim: cada um dá o que pode. Mas eu também posso escolher não aceitar menos do que me faz bem.

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