✨ o amor em outra frequência
Depois dos 40, o amor mudou de tom. Já não vem com promessas de contos de fadas, mas com uma presença mais real, quase crua. E eu, que já amei com todas as minhas forças, precisei reaprender a amar — os outros e, antes de tudo, a mim mesma.
Nesse texto, quero dividir um pouco do que tenho vivido e sentido sobre o amor maduro. Sem fórmulas, sem receitas. Só vivência. Só pele.
🧳 As bagagens que a gente carrega (e às vezes precisa largar)
Cada amor que vivi deixou marcas. Algumas viraram cicatrizes; outras, mapas. Mas a verdade é que, depois dos 40, a gente carrega menos expectativa e mais história. E isso muda tudo.
Aprendi que nem toda dor precisa virar regra. Que o que me feriu lá atrás não precisa me guiar aqui na frente. E que meu passado não define o que posso viver agora.
Passei a observar o que eu realmente quero e, principalmente, o que não aceito mais. Isso exige coragem. Exige dizer “não”, mesmo quando o coração ainda sussurra um “sim”. E isso é maturidade emocional.
🌱 Mais inteiras, menos carentes: o amor-próprio como ponto de partida
Antes, eu confundia amor com carência. Hoje, sei diferenciar. Sei que posso sentir falta, desejar companhia, querer o toque, o colo… mas também sei que não preciso de nada disso para sobreviver.
Amar a si mesma não é clichê, é prática. É rotina. É se olhar no espelho e se tratar com respeito, mesmo nos dias em que a gente não se sente maravilhosa. É saber parar quando a relação fere, quando diminui, quando aprisiona.
Amor-próprio não é egoísmo. É fundação.
🔍 Encontros mais conscientes, desejos mais claros
Com o tempo, fui ficando mais atenta ao que me move. O que antes me encantava nem sempre me nutre hoje. Já não procuro intensidade em forma de drama. Procuro profundidade. Troca. Presença.
Tenho experimentado encontros mais honestos. Onde posso dizer o que sinto sem medo de parecer frágil. Onde vulnerabilidade não é fraqueza, mas abertura.
E sim, o desejo continua vivo. Talvez não mais tão impulsivo como antes, mas muito mais consciente. Às vezes ele vem devagar. Às vezes, explode. Mas sempre me lembra que estou viva. Que meu corpo ainda pulsa. Que posso querer, sim. E que não preciso justificar isso a ninguém.
💔 O afeto e seus desafios na maturidade
Nem tudo é fácil. Tem dias em que a memória emocional me puxa para lugares antigos. Tem dias em que sinto medo de repetir erros. Tem dias em que a solidão pesa — mesmo quando não estou sozinha.
Mas também tem dias em que olho para tudo o que vivi e penso: que bom que não aceito mais tão pouco. Que bom que hoje sei reconhecer um afeto verdadeiro.
Relacionar-se depois dos 40 também é desafiante porque a gente não está mais disposta a jogar. O que é superficial cansa. O que é desonesto enjoa. E muitas vezes, é melhor ficar só do que insistir em algo que nos deixa menores.
💬 amar é estar — e estar por inteiro
Depois dos 40, aprendi que amar é estar. É escolher estar. Estar por inteiro. Estar presente no gesto, no olhar, na escuta. E permitir que o outro esteja também, se quiser — sem força, sem pressa.
Hoje eu não quero promessas. Quero presença. Quero verdade. Quero um amor que me veja como sou: com minhas histórias, minhas dores, meu brilho.
Quero poder dizer: “estou aqui” — e que isso seja suficiente.
E você, Loba? Como tem vivido o amor na sua maturidade?