“Eu tive essa epifania hoje: não preciso de uma religião ou de Deus para dar significado à minha vida, porque o tempo faz isso.”
Quando ouvi essa frase dita por Laurie no final da terceira temporada de White Lotus, meu corpo inteiro reagiu. Senti um arrepio que me atravessou como uma flecha certeira. O tempo. As amizades. As dores e os silêncios entre mulheres que compartilham a vida, mas que às vezes se perdem uma da outra.
Eu pausei. Voltei. Assisti de novo. Aquele momento da série não era só uma cena poderosa de reconciliação entre três amigas. Era um espelho. Um lembrete. Um empurrão gentil (ou talvez nem tão gentil assim) pra que eu olhasse para as amizades da minha própria vida aos 40 e poucos anos.
A verdade é que, com o passar dos anos, algumas amizades se transformaram. Outras silenciaram. E há aquelas que resistem ao tempo como tatuagens na pele: podem até desbotar um pouco, mas nunca desaparecem de verdade. Essa cena me fez revisitar tudo isso — os vínculos que ficaram, os que partiram, os que nunca mais voltaram a ser os mesmos.
E mais: me fez pensar sobre o tipo de mulher que me tornei — e o que espero daquelas que chamo de amigas. Não quero relações perfeitas. Quero relações verdadeiras. Que acolham as fases, as falhas, as transformações.
🔄 A impermanência das amizades na maturidade
Chega uma hora em que percebemos que nem todas as amizades vão durar para sempre. Algumas cumpriram o papel que tinham. Outras ainda estão no processo. E tem aquelas que seguimos tentando segurar mesmo quando já não fazem mais sentido.
A maturidade me trouxe essa consciência: é preciso aceitar que os ciclos se encerram. Que os silêncios dizem. Que o afastamento não precisa vir com drama, mas pode vir com respeito e saudade.
💥 As amizades que resistem (mesmo com atritos)
Nem sempre o que nos une é a ausência de conflito. Às vezes, o amor é o que permanece mesmo depois das farpas. As amizades maduras carregam marcas, desentendimentos, pausas — e ainda assim sobrevivem.
Eu tenho amigas com quem já briguei, me afastei, me reaproximei. E o mais bonito disso tudo é saber que, apesar de tudo, ainda estamos aqui. Mesmo com visões de mundo diferentes, ritmos de vida distintos, seguimos escolhendo estar na vida uma da outra.
🍃 A coragem de deixar ir (e o espaço que isso abre)
Soltar não é sinal de fracasso. Às vezes é o maior ato de amor — por mim, pela outra, pela história que tivemos. Deixar ir uma amizade que já não encontra mais espaço é abrir caminho para o novo, para outras trocas, para outras versões de mim.
Eu não sou mais a mesma mulher de 20, 30 anos. E tudo bem se algumas amizades também não sobreviveram a essa mudança. Eu honro o que foi. Mas não me prendo.
🕰️ O papel do tempo como sentido, como cura, como memória
Laurie estava certa. O tempo dá sentido às coisas. Ele costura o que parecia irreparável. Dá valor ao que foi vivido. Mostra o que permanece. Às vezes, ele até devolve — num reencontro, numa mensagem inesperada, num abraço cheio de saudade.
Hoje, olho para minhas amizades com mais ternura. Menos exigência. Mais presença. Entendo que não é sobre contar quantos amigos temos, mas sobre saber com quem realmente podemos contar.
💬 E você, loba?
Quais amizades resistiram ao tempo com você? Quais você precisou soltar? O que você espera das relações nessa fase da vida?
Te convido a compartilhar comigo. Vamos seguir alimentando esse espaço de trocas reais, imperfeitas e cheias de afeto entre mulheres que não têm medo de sentir — nem de crescer.
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