🌊 Fone de ouvido, vento no rosto, mar no canto do olho
Hoje voltei a caminhar.
Não foi uma decisão racional. Foi instinto. Um tipo de sobrevivência. Coloquei o tênis sem pensar, encaixei o fone, segui até a ciclovia como quem foge — mas sem saber direito do quê.
O mar estava ali. Azul, infinito. E o vento tocava meu rosto como se dissesse: “ainda dá tempo”.
De respirar. De voltar. De não enlouquecer.
Tenho sido testada. Psiquicamente. Silenciosamente.
É aquele tipo de cansaço que não faz barulho, mas mora no fundo dos olhos.
Que te faz responder “tudo bem” quando não tem nada bem.
Que suga a libido, a alegria, o sono, o riso fácil.
⚖️ O tempo da loba não é leve — mas é verdadeiro
Na fase da loba, tudo pesa diferente.
O corpo mudou. O ritmo mudou. A urgência também.
Não sou mais movida a performance.
Hoje, me movo porque se eu parar, desmorono.
Saí pra caminhar pra lembrar que eu ainda estou aqui.
Pra lembrar do que o corpo é capaz quando a cabeça não dá conta.
A endorfina chegou aos poucos, sem pressa, como uma amiga que volta depois de um sumiço.
Não caminhei por disciplina. Caminhei por desespero calmo.
E porque já estive em lugares sombrios e não quero voltar.
🚶♀️Saúde mental e movimento: o ritual da loba vital
Eu queria poder te dizer que me cuido com constância, que sigo uma rotina equilibrada, que durmo bem e medito todos os dias. Mas a verdade é outra.
Eu falho. Me abandono. Me recupero.
E quando não sei mais o que fazer, eu caminho.
Caminhar virou um jeito de não desistir de mim.
De ouvir minha própria respiração e lembrar que existo fora das demandas, fora das vozes, fora das pressões invisíveis.
💭 E você, loba?
O que tem feito quando sente que está prestes a sumir dentro de si?
Como tem lidado com a sua saúde emocional nesse tempo de maturidade?
Me conta. Às vezes, dividir é a forma mais bonita de resistir.